Ou seja, o cooperativismo de plataforma consiste em empresas de serviços digitais que se baseiam na Constituição Jurídica e em princípios de uma cooperativa, aliando os melhores pontos do cooperativismo como os melhores pontos das plataformas digitais.
Deste modo, essas cooperativas acabam promovendo transações digitais mais justas e menos descomplicadas entre os seus usuários, enquanto também contam com uma gestão de propriedade compartilhada e mais democrática.
O resultado é mais transparência e uma divisão mais igual do lucro gerado pelo cooperativismo de plataforma.
Além do mais, podemos afirmar que esse modelo de negócio une cooperativismo às plataformas para que as distorções das plataformas tradicionais sejam corrigidas.
Afinal, se avaliarmos as plataformas tradicionais e o modo como elas atuam, ou seja, com efeito de rede, é possível notar que faz mais sentido elas serem construídas como uma cooperativa.
▶️COMO FUNCIONA O COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA
O cooperativismo de plataforma funciona com base na copropriedade e aproveitando o desenvolvimento tecnológico para distribuir a renda de forma mais igualitária, aplicando o ideal do cooperativismo em plataformas digitais de serviço.
Esse conceito também funciona com base nos dez princípios de cooperativismo de plataforma criados por Trebor Scholz, professor da New School, em Nova York (EUA).
Esses conceitos que fazem o cooperativismo de plataforma funcionar são:
1. Propriedade; 2. Pagamentos decentes e seguridade de renda; 3. Transparência e portabilidade de dados; 4. Apreciação e reconhecimento; 5. Trabalho codeterminado; 6. Estrutura jurídica protetora; 7. Benefícios e proteção trabalhista portáveis; 8. Proteção contra comportamento arbitrário; 9. Rejeição ao excesso de vigilância no ambiente de trabalho; 10. Direito de se desconectar
▶️COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA NO BRASIL
O cooperativismo de plataforma no Brasil ainda está em seu início, porém, há diversas oportunidades de crescimento para esse modelo.
Quando houve o breque dos aplicativos em 2020, os entregadores de aplicativos de alimentação fizeram uma paralisação pedindo por melhores condições de trabalho, o que nos deu uma mostra do quanto é necessária uma alternativa de plataforma tradicional aos trabalhadores.
Porém, o cooperativismo de plataforma ainda precisa lidar com o grande desafio da própria falta de informação sobre o cooperativismo em si e o pouco financiamento para esse tipo de iniciativa.
Além do mais, a nossa legislação não possibilita sócios-investidores, como as plataformas internacionais permitem, para que haja diversos grupos e associações.
Sendo assim, o cooperativismo de plataforma no Brasil ainda depende de políticas públicas que o torne mais real, através de capital inicial e incentivos a esse modelo.